Acredito que a Hunter seja um dos melhores exemplos de como a moda transforma função em desejo. Criada em 1856 como bota de borracha para trabalho no campo, atravessou as trincheiras da Primeira Guerra, consolidou-se como símbolo de durabilidade e tradição britânica, foi legitimada pelo uso da realeza, como a princesa Diana, e ganhou status fashion definitivo em 2005, quando Kate Moss a levou para o festival de Glastonbury, hoje, a Hunter ressurge como ícone de refúgio comportamental: mantém sua performance técnica, mas reposicionada como objeto aspiracional, conectando proteção, identidade e estilo funcional.

Tenho observado um interesse que só tende a se intensificar: as ‘hunter boots’.

Explosão cultural (TikTok):
Na última semana, o termo ultrapassou 287 mil buscas globais, um crescimento de mais de 1000%. Quando o TikTok mostra esse salto, sabemos que a moda está entrando no radar mainstream.

Interesse sustentado (Google Trends):
Nos últimos 30 dias, as buscas por Hunter Boots no Google também mostraram crescimento consistente o que indica um interesse real, não apenas um hype pontual.

Elas estão voltando com força e os dados confirmam. As buscas pela marca crescem de forma consistente, acompanhando um movimento maior. O mercado global de rain boots (botas de chuva), avaliado em US$ 6,5 bilhões em 2023, deve chegar perto de US$ 10 bilhões até 2033 (Stylight, 2023).

Mas o que está impulsionando esse crescimento?

O desejo por refúgios no campo, sítios e casas afastadas aparece como resposta ao excesso de aceleração e hiperconectividade. Esse novo estilo de vida exige roupas que acompanhem, funcionais para o campo, mas com estética suficiente para circular na cidade.

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