A Copenhagen Fashion Week sempre me dá aquela sensação boa de que moda ainda pode ser leve, consistente e cheia de intenção. E a OpéraSPORT, mais uma vez, entregou tudo isso na nova coleção SS26.

Um ano atrás, eu estava lá: fui ao desfile, visitei a loja, vi de perto o tecido, os acabamentos, o styling na rua e no corpo real. Nada exuberante, mas com um DNA muito forte, por isso que eu gostei!!

O desfile deste ano aconteceu em um cenário inusitado e memorável: uma antiga piscina coberta em Copenhague, com estética retrô-funcionalista e afrescos nas paredes que remetem à escultura clássica. A passarela atravessava o espelho d’água, refletindo os looks e criando uma espécie de ilusão poética entre corpo, roupa e ambiente. Cada detalhe do espaço da luz natural entrando pelas janelas altas às garrafinhas d’água e leques nos assentos, reforçava a proposta sensorial da coleção.

O que vi nesta coleção?

Primeiramente, a marca segue firme no DNA, com todas aquelas assinaturas: babados em espiral, florais aplicados em 3D, mix de tule, renda e malha. Aquela estética entre o romântico e o utilitário.

O interessante é como incorporam as tendências atuais de forma pontual, sem perder a essência: estiletos com estampa poá, calças capri (sim, elas voltaram!), chokers florais com tiras longas (uma releitura direta dos anos 2000), tiras amarradas na alça da bolsa que viram adorno, styling, detalhe; bandanas com estética artesanal e havaianas com volume.

Apareceu a Shirley Bag, feita em 100% poliéster reciclado (ou seda reciclada, conforme a versão). A Shirley Bag resume o DNA da OpéraSport: mais sensação do que visual, um design escultural que traduz textura, leveza e função com identidade própria. Ela tem um peso quase inexistente e poderia até caber no bolso do seu jeans!

Chokers florais com tiras longas (releitura dos anos 2000), bandanas com estética artesanal, tiras usadas como colares e também amarradas nas bolsas.

Collab com HAVAIANAS

A collab entre Havaianas e Zellerfeld apareceu na passarela da OpéraSPORT antes mesmo de chegar às lojas um chinelo 3D com estética puffer, bico arredondado e vibe futurista.

Mais do que um acessório, ele confirma o rumo que a moda vem seguindo: mais texturas, mais conforto, mais sensação. A Havaianas pode ocupar um lugar de destaque no novo luxo sensorial.

A Zellerfeld representa uma interseção entre moda, tecnologia e sustentabilidade, apostando em novos modos de pensar o design, o consumo e a circularidade dos produtos. Sua colaboração com Havaianas é um movimento estratégico para tornar essa tecnologia mais pop e acessível sem abrir mão do caráter experimental.

A paleta de cores:

É uma paleta enxuta, mas que funciona muito bem pra uma marca que já tem estética própria.

Comparando com a coleção passada:

Na SS25, vi polos, maiôs, mais vermelho, sapatos com salto.
Agora: mais chinelo, menos glamour, mais sensação. É ainda mais relax. Tudo mais macio, mais sensorial, mais confortável.

Como coloquei no subtítulo: o caminho da moda é claro, com mais textura, mais sensações, mais qualidade em tecidos, mais sustentabilidade e menos visual…

SS/25 - OpéraSport

A OpéraSport: o próprio nome já diz tudo. “Opéra” vem da referência parisiense, aquele charme visual, poético e elegante. “Sport” traz o funcionalismo escandinavo, praticidade, movimento, corpo em primeiro lugar. A marca nasceu dessa fusão: Paris encontra Copenhague.

Ela foi criada em 2019 por duas mulheres incríveis: Stephanie Gundelach, stylist e consultora de moda, e Awa Malina Stelter, designer com domínio técnico. A amizade e os diferentes backgrounds delas se traduziram num universo próprio: sensualidade sem exagero, esportividade sutil, romantismo urbano com racionalidade.

Desde os primeiros momentos, elas abriram mão do desperdício: tecidos reciclados, deadstock, algodão orgânico GOTS, poliéster reciclado e até PU à base de água. Como a própria marca diz, a produção é pensada para ser reduzida, alinhada à demanda, sem comprometer estética e qualidade.

Se em SS25 vimos mais cor vibrante, polos e saltos, na SS26 a proposta é outra: escutar mais o corpo, vestir com mais leveza e propor releituras delicadas do mesmo DNA.

Se você é uma marca que quer crescer com consistência, escolha um DNA forte e trabalhe ele com mais profundidade a cada coleção, em vez de trocar de pele toda temporada. O mercado está cada vez mais atento à coerência, e menos à surpresa.

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