Oi hermosas! Já pararam pra pensar como algumas peças mais simples se tornam as mais desejadas? A regata branca, aquele item que por anos temos no guarda-roupas, virou símbolo máximo de sofisticação minimalista em 2025.
Hoje quero te mostrar como um item aparentemente básico se tornou protagonista e como isso tem tudo a ver com comportamento, desejo mimético e uma estética que fala mais de intenção do que de ostentação.

A moda pode até parecer movida a novidades, mas vive de reencontros. E em 2025, um dos mais fortes foi com ela: a regata branca. Clássica, simples, direta e justamente por isso, poderosa, das passarelas de Copenhague a Paris, ela apareceu em peso nas coleções de verão.
Em Milão, foi impossível ignorar: Gucci, Fendi, Stella McCartney, Cavalli... todas revisitaram essa peça essencial com um olhar sofisticado, às vezes sensual, outras vezes puro minimalismo. É quase como se a indústria estivesse nos dizendo: está tudo bem querer o básico, desde que ele tenha intenção.
Se antes a regata era secundária, agora ela é protagonista e não apenas no styling, mas no comportamento. Porque vestir uma peça que não precisa provar nada para ser elegante é, talvez, o maior luxo de todos.
Regata branca: por que agora?
A peça atingiu seu pico histórico de interesse no Pinterest em 2025, como mostram os gráficos de comportamento, um crescimento consistente desde dezembro de 2024, com um salto ainda maior após a aparição de Kendall Jenner com a peça no jogo dos Knicks em maio passado, que gerou mais de 46 milhões de buscas em sete dias no TikTok.
A regata branca representa hoje além de funcionalidade, conforto, leveza, minimalismo e um certo desejo por neutralidade estética. Aparece como base para uma nova forma de sofisticação simples, porém intencional.
Meu encontro com a regata
Lembro quando estive em Lisboa, em uma loja da Prada, vi a regata branca básica, com o logo triangular da marca bordado no centro. Minimalista, mas poderosa.

Todo mundo que acompanha moda lembra: foi a regata que abriu o desfile da Prada na coleção Primavera/Verão 2023, em setembro de 2022, desfilada por Kaia Gerber.

Um look simples que virou ícone instantâneo e redefiniu o desejo por peças essenciais, com cara de básico e alma de luxo. Ali, ao vivo, entendi o impacto da peça.
Quando estive em Copenhague, algo que me marcou muito foi observar como, mesmo no inverno, elas usavam regata e chinelos de uma forma leve e descomplicada, em produções visivelmente pensadas e super 'cool'. Era como se dissessem com os looks:
Não precisa mais para ter estilo.
Desde então, tenho acompanhado o crescimento da regata como tendência, não só nas marcas, mas nas ruas, em looks reais, cheios de intenção. Porque quando algo vira desejo coletivo, é sinal de que há mais coisa por trás.
Historia da regata branca
A regata branca nasceu como roupa de baixo masculina no início do século XX, usada por trabalhadores, soldados e atletas por ser leve e funcional. Nos anos 30 e 40, já aparecia no dia a dia, mas ainda carregava estigmas principalmente nos EUA, onde ganhou o apelido pejorativo de wife beater.
A virada estética veio com o cinema dos anos 50: Marlon Brando e James Dean transformaram a peça em símbolo de rebeldia e sensualidade bruta. Nos anos 70 e 80, a regata se espalhou pela cultura de rua, musculação, punk e hip-hop sempre ligada à liberdade e à expressão corporal.
Nos anos 90, entrou definitivamente na moda mainstream, impulsionada por nomes como Kate Moss e Calvin Klein, consolidando seu status de ícone minimalista e atemporal.

Desejo mimético e o novo luxo acessível
É interessante observar como itens básicos e acessíveis, antes vistos apenas como funcionais, estão sendo ressignificados como peças de desejo e até de luxo. Um bom exemplo disso é o crescimento da busca por chinelos Havaianas em 2025, e que vemos sendo combinada com looks urbanos!!
Outro elemento que evidencia este momento onde o conforto, a memória afetiva e o básico com intenção se tornam objetos de luxo é o crescimento na busca por “crocs” no Pinterest, que está no seu pico histórico:

Fonte: Pinterest Trends, jul 2025
E no Tik Tok “burberry crocs” teve 30,9 milhões de buscas nos últimos 7 dias:

Foi só Kendall Jenner aparecer usando a regata com boné dos Knicks para que a estética viralizasse globalmente. Mas ela não está sozinha: outras musas do minimalismo como Sofia Richie, Hailey Bieber e Rosie Huntington-Whiteley já mostraram looks com a peça sempre em composições limpas, funcionais e ultra 'cool'.

A ascensão da regata branca não é só uma questão estética, ela revela um comportamento profundo, ligado ao desejo mimético. Esse desejo, como aponta René Girard, o criador da teoria do desejo mimético, nasce da observação:
Desejamos o que os outros desejam.
E quando celebridades como Kendall usam algo simples com intenção, esse desejo se espalha como referência de estilo e status.

O que usar com uma regata branca?
A regata branca é o exemplo perfeito de básico versátil e sem esforço. Com o styling certo, ela transita facilmente por diferentes ocasiões: adoro combinar com um blazer de alfaiataria ou com saia de seda e sandálias de tiras para a noite. Por ser um neutro verdadeiro, ela funciona como base ideal para peças mais ousadas como saias estampadas ou calças com textura, traz essa versatilidade que amo!
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Um beso
Noe