Olá, hermosas! Hoje mergulho em uma análise sobre uma das tendência que está movimentando a indústria da moda em 2025. Estou falando da estampa de poá (polka dot). Sim, aquelas bolinhas aparentemente inocentes que atravessaram séculos e agora ressurgem com uma força.
Preparem-se para entender por que essa estampa não é apenas uma estampa, mas um reflexo profundo de quem somos como sociedade neste momento. Porque, mis amores, quando falamos de tendências reais, estamos sempre falando sobre comportamento humano.
Aqui é onde minha pesquisa como se torna fascinante.
Segundo a Trendalytics, as buscas por itens com estampa de poá explodiram 260% em 2025.
Mas o que realmente me chamou atenção foi quando isso aconteceu: não foi gradual. Foi uma explosão concentrada entre janeiro e março de 2025.
E os dados mais recentes só confirmam o que eu já vinha sentindo nas ruas e nas redes: a busca global pela estampa poá, ou polka dot, aumentou mais de 1000% só na última semana.
A busca por “poá vermelha” registrou um aumento de 1000%, enquanto o termo “poá” sozinho cresceu +71,4% em apenas sete dias.
Isso me diz algo profundo sobre comportamento coletivo. Estamos diante de um fenômeno que reflete necessidades emocionais específicas do momento que vivemos. Quando analiso dados assim, sempre pergunto:
Por que AGORA? O que estamos buscando inconscientemente?
É uma estampa que atravessa estilos e gerações, resgatada tanto pelo Y2K quanto pelo quiet luxury. Celebridades como Laura Dern, Sabrina Carpenter e Katie Holmes reacenderam seu apelo cultural, enquanto marcas como Cecilie Bahnsen e Sandy Liang a transformaram em símbolo de uma feminilidade moderna.
Mais do que nostalgia, o poá representa uma moda "gostável": real, aplicável, elegante.
Quem acompanha minhas análises sabe que sempre vou além… a estampa de poá tem uma história fascinante que poucos conhecem. Suas raízes estão nas tradições culturais europeias, trazida para a América pelos imigrantes do leste europeu junto com o ritmo animado da polka, a dança polaca que deu nome à estampa.
Olhando para a história da estampa, antes do século XIX, era difícil produzir tecidos com padrões de bolinhas pelas limitações nos processos de estamparia manual, as bolinhas exigem precisão e isso só se tornou viável com a Revolução Industrial.
A primeira aparição "viral" aconteceu em 1926, numa sessão fotográfica com a então Miss America, Norma Smallwood, usando um maiô com estampa de bolinhas. Foi o primeiro viral da estampa, muito antes da internet existir. E adivinhem? Também foi em um momento pós-crise (a Primeira Guerra havia acabado há pouco).
Essa conexão entre momentos de reconstrução social e o ressurgimento do poá não é coincidência. É padrão histórico.
Nos anos 50, a estampa de bolinhas foi consagrada nos looks das pin-ups, configurando o estilo "pseudo-inocente" do período pós-Segunda Guerra. Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, todas elas entenderam que o poá não era apenas estampa, era statement.
Logo, na década de 50, uma explosão nos Estados Unidos, com o movimento retrô, ícones como Marilyn Monroe e Audrey Hepburn eternizam a estampa como símbolo de delicadeza e estilo.
Marilyn Monroe em vestido de poá, anos 50
A estampa ressurge com uma nova força cênica: ombreiras, babados, contrastes. O poá ganha vida como símbolo de exagero e exuberância. Já no começo dos anos 2000, surge com uma abordagem mais irônica, presente em estilismos alternativos e composições Y2K que brincam com a infância e com o kitsch de forma proposital.
Hailey Bieber, ressuscitou as calças capri em versão poá, look que viralizou e foi amplamente comentado na mídia, Margot Robbie, durante o torneio de Wimbledon (2024) apareceu usando a estampa, Kaia Crawford poá vcrmelho provando que o print não é mais “infantil”: é chique, é fashion, é presente.
Hailey Bieber usa calça capri com estampa de poá, 2025.
Grávida, Margot Robbie usa vestido de poá em Wimbledon, 2024.
As marcas terão que sair do lugar comum. Isso significa trabalhar o poá com inovação de escala, material e aplicação. Micro ou maxi? Bordado ou recortado? Sobre fundo neutro ou em mix de prints?
Antes de lançar, defina o papel da estampa na narrativa da marca. Será uma cápsula com storytelling afetivo ou um código fixo no estilo da marca?
O poá desperta afetos diferentes em cada geração. Para a Gen Z, é novidade cool. Para millennials, nostalgia. Para a Gen X, elegância clássica, marcas precisam adaptar o discurso conforme o público-alvo e ativar emoção para gerar conexão.
O poá vai muito além da roupa. Ele funciona em calçados, bolsas, papelaria, homewear. Marcas que pensarem além da peça vão ampliar o ticket médio e criar vínculo visual. O futuro é de ecossistemas de estilo, não de peças isoladas.
Estamos entre amigas, então compartilho como construí essa análise: foram horas de imersão entre dados, história e comportamento. Analisei centenas de dados de plataformas como Trendalytics, Pinterest Predicts e Google Trends, cruzei comportamentos globais e mergulhei em arquivos de moda dos anos 20 aos 50. Tudo isso com uma curadoria rigorosa de marcas, símbolos e sentidos sempre com aquela pergunta em mente: “por que agora?”
O resultado? Um artigo com projeções, escrito com olhar crítico e muita escuta de tendências. E sim, com aqueles insights que só aparecem no tomando banho ou depois do quinto café.
O poá tem esse poder raro: evoca nostalgia, mas também chama atenção. É uma estampa que carrega memória da infância, dos filmes antigos, das mulheres que admirávamos ao mesmo tempo em que sinaliza presença, quem usa poá quer ser vista, por identidade. Aquela estampa de quem lembra o passado com afeto, mas se posiciona no presente.
E então, o que essa análise despertou em vocês? A estampa de poá já conquistou seu coração ou ainda estão resistindo? Compartilhem suas percepções nos comentários adoro saber como vocês interpretam essas tendências que analiso com tanto carinho.
Besos,
Noe Schultz
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