Com apenas 29 anos, Alexandra Van Houtte fundou um dos sites de moda mais visitados do mundo.
O nome? Tagwalk.
O conceito? Um motor de busca de moda ao estilo Google, que utiliza etiquetas para classificar cada peça, acessório, cor e tendência dos desfiles de Nova York, Milão, Londres e Paris.
Hoje, aos 35 anos, Van Houtte continua à frente da plataforma, que em 2025 já soma cerca de 165 mil usuários únicos por mês.
De estilistas e designers a fotógrafos e jornalistas, todos encontram na Tagwalk uma ferramenta ágil: com apenas uma palavra-chave, é possível acessar um arquivo vivo da moda contemporânea.
Quem é Alexandra Van Houtte
Com dupla nacionalidade francesa e britânica, Alexandra estudou mandarim na Universidade de Nottingham e depois fez mestrado em Fashion Media Styling no London College of Fashion.
Seu início foi como assistente de moda em revistas como Numéro, Grazia, Glamour e Elle.
Ali conheceu de perto o caos: gastar horas (às vezes dias) buscando um simples “vestido vermelho de gola alta” em meio a milhares de imagens de desfiles. A frustração não era só dela: editores, stylists, compradores, todos estavam afogados em excesso visual sem organização.

Alexandra Van Houtte
A origem da Tagwalk
Em 2015, Alexandra começou a baixar milhares de imagens de Fashion Weeks e a fazer o tagging manual, palavra por palavra, look por look. Criava categorias para tecidos, cores, estilos, silhuetas um trabalho solitário, quase artesanal.

Em janeiro de 2016 lançou oficialmente o Tagwalk. No início, fazia quase tudo sozinha: contato com marcas, curadoria de imagens, teste de site e claro, o trabalho exaustivo de etiquetar cada foto.

Crescimento e impacto
O projeto ganhou corpo porque resolvia uma dor real.
Com a Tagwalk, o que antes levava dias passou a ser feito em minutos: comparar coleções, mapear tendências, buscar looks específicos.
Aos poucos, Alexandra montou uma pequena equipe formada por pessoas da moda, justamente porque o olhar humano ainda era insubstituível para captar nuances que a máquina não vê.
Hoje, a plataforma é usada por profissionais de todas as áreas da moda, escolas e estudantes de moda do mundo inteiro. O modelo de negócio não depende de publicidade, mas da venda de dados e insights sobre tendências: dashboards, comparativos, análises visuais.

Valores e diferencial
Alexandra sempre defendeu que a Tagwalk fosse imparcial: nada de dar mais destaque a marcas ricas só porque têm verba. Todas aparecem em condições iguais, lado a lado, grandes ou emergentes. Essa integridade construiu a reputação da plataforma.
Além disso, a Tagwalk acabou se tornando também um espaço de democratização visual: uma marca pequena pode ser encontrada ao lado de uma gigante como Chanel ou Dior.
O que podemos aprender com Tagwalk para empreender na moda
Comece pela dor que você vive
Alexandra criou a Tagwalk a partir de uma frustração pessoal.
Conselho: olhe para os incômodos da sua rotina, ali pode estar sua ideia de negócio.Use seu repertório como diferencial
Ela não era programadora, mas usou seu olhar de stylist como vantagem.
Conselho: você não precisa dominar tudo; comece e complemente depois com parceiros ou equipe.Faça simples primeiro
Os primeiros meses foram manuais, imperfeitos, mas funcionais.
Conselho: lance um protótipo, teste rápido, refine ao longo do caminho.Defina valores não negociáveis
A imparcialidade deu credibilidade à Tagwalk.
Conselho: estabeleça princípios desde o início; são eles que sustentam a reputação.Pense em escala desde o começo
Mesmo manual, a ideia já tinha potencial global.
Conselho: imagine sempre como seria se 10x mais pessoas usassem seu produto amanhã.Democratize o acesso
Tagwalk abriu espaço para emergentes ao lado de grandes marcas.
Conselho: pense em como seu projeto pode incluir mais marcas com potencial e mesmos valores que você, inclusão gera comunidade!

Reflexão final
O que mais me inspira no case Tagwalk é como algo nasceu do incômodo mais banal, a busca por imagens e virou ferramenta global.
No fim, talvez o conselho mais valioso seja este: preste atenção ao que te incomoda. Ali pode estar escondido o embrião da sua próxima grande ideia!
Você tem uma ideia de négocio na moda? O que te impede colocar no papel?
Me conte aqui nos comentários, vou amar saber!